quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Não me veja diferente pela farda que eu visto", diz PM de Campina Grande


Do G1 Paraíba

Na segunda-feira (17), o major da Polícia Militar, Marcus Azevedo, publicou um comentário nas mídias sociais dizendo que os PMs são tratados como "cidadãos de segunda classe". Ele pertence ao Comando de Policiamento Regional I, em Campina Grande, e defende a desmilitarização da polícia.

“Somos cidadãos de 2ª classe com menos direitos do que qualquer cidadão brasileiro. É muito difícil achar quem queira se colocar à frente de qualquer coisa”. Este é apenas um trecho do desabafo feito pelo major sobre a posição dos policiais militares diante dos protestos espalhados pelo país. A declaração repercutiu nas redes sociais após o ator e diretor Guilherme Briggs compartilhá-la em sua página oficial em uma rede social. Até as 21h desta terça-feira (18), a mensagem havia sido compartilhada por 1.864 pessoas e curtida por outras 2.118.

Em sua declaração, que pode ser lida íntegra aqui, o major Marcus Azevedo explica que o policial militar na condição de contraponto aos manifestantes, são proibidos de questionar ordens dada por superiores temendo punições por desobediência. “Pouca gente sabe da nossa realidade. Somos militares porque os governantes de hoje, a esquerda que foi oprimida pelos militares, e promulgou a Constituição de 1988, preferiu nos deixar militares, pois assim não temos direitos de cidadão. Podemos ser presos administrativamente, podemos ser presos por motim se nos recusarmos a cumprir ordens”, declarou o policial.

O desabafo do major paraibano se deu em resposta às críticas da ação da Polícia Militar durante os protestos no Rio de Janeiro e São Paulo contra o aumento do preço do bilhete de ônibus. Manifestações e vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha pela polícia para dispersar os manifestantes.

No fim do seu depoimento, Marcus Azevedo agradece ao ator e diretor Guilherme Briggs e pede que os manifestantes não vejam os policiais militares como inimigos apenas por conta da farda que vestem. “Não me veja diferente pela farda que eu visto, que eu preferia fosse de uma policia verdadeiramente cidadã, sem esse militarismo que nos aprisiona em nossos uniformes”, completa o major.

Guilherme Briggs se disse comovido com a declaração do major paraibano. “Meu protesto não é contra a polícia em geral e sim contra profissionais agressivos e despreparados da corporação, os que envergonham a farda, que deve sempre se mostrar limpa, pura, defensora, guardiã dos cidadãos de todas as cidades. Os policiais como você, meu querido, são nossos anjos protetores de carne e osso e merecem todo o respeito e direitos”, respondeu Briggs.


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